top of page

Reportagens

Buscar

Fashion Marketing: estratégia e marketing caminham lado a lado

Atualizado: 14 de nov. de 2018

Técnicas utilizadas pelo marketing alavancam as empresas do mundo da moda e contribuem com a evolução do setor ao longo dos anos

Foto: Pexels

Por Anna Beatriz Oliveira e Laís Fernandes


Moda é um conceito abrangente, que vai muito além do que normalmente é abordado em matérias sobre roupas e desfiles. Gilles Lipovetsky, sociólogo e professor francês, escreveu em seu livro O Império do Efêmero que acredita no conceito de que "moda tem a ver com as mudanças de nosso cotidiano", e que estas estão cada vez mais presentes na sociedade moderna.


A moda e o marketing sempre caminharam lado a lado. Com papel estratégico importante para alavancar uma marca ou um produto, e até mesmo garantir a fidelidade dos consumidores, a relação entre essas duas áreas se mantém marcante no mercado há muitos anos.


Com a revolução tecnológica que se iniciou entre as décadas de 1990 e 2000, especialmente no Brasil, muitas portas foram abertas e um um novo aspecto passou a ser observado: a competitividade no setor – que passou a exigir maior divulgação, criatividade e inovação, além de um entendimento mais completo do perfil dos clientes de marcas específicas.


Revolução tecnológica: um raio-X dos consumidores brasileiros


Nos últimos anos ficou claro para as marcas de moda que é questão de sobrevivência estar presente nas mídias digitais - tendo também em mente que as estratégias adotadas para o mundo físico e virtual nem sempre são as mesmas. Esse fator é tão relevante que até mesmo as teorias sobre o comportamento do consumidor puderam ser ampliadas de forma a considerar a internet na jornada de compra. Hoje não hesitamos em pesquisar opções, fornecedores, preços e recomendações antes de efetuarmos uma aquisição, seja ela no varejo físico ou no e-commerce.


Em entrevista ao Por Trás da Moda, Edu Vilas Bôas, coordenador do site MMdaModa, pós-graduado em Gerenciamento de Marketing e bacharel em Moda, afirmou que hoje temos acesso a diversas ferramentas que nos permitem analisar melhor o perfil do consumidor, mas que falta investimento na área de marketing no Brasil.


“O uso dessas ferramentas ainda é restrito devido ao custo e, muitas vezes, as empresas não sabem o que fazer com as informações geradas por esses recursos, já que também faltam profissionais de marketing devidamente habilitados dentro desses empreendimentos. Entendo que não é a diversidade de gostos, favorecida por uma hipermodernidade, que tem dificultado essa investigação, mas sim a má gestão das empresas que, quase sempre, ainda querem vender de tudo para todo mundo”, contou.


Outro ponto a ser levado em consideração é a má gestão das empresas. Katherine Sresnewsky, professora, consultora e pesquisadora em marketing aplicado à moda, explicou que a diferença etária do gestor com o consumidor é grande e que o primeiro não consegue mais se adequar à velocidade de consumo e informação a que os clientes têm acesso. Além disso, Sresnewsky destacou que é o envolvimento com as marcas através da área digital que diminuiu as distâncias e aumenta o engajamento.


O monitoramento das preferências do consumidor também é de extrema importância para uma produção certeira de peças e coleções, principalmente com a velocidade das mudanças comportamentais trazidas pelas marcas que usam o conceito de fast fashion. Marcas de sucesso aprenderam a analisar o seu público alvo para entender o tipo de produto em que eles estão interessados.

bottom of page