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Produção e consumo: a cruel moda das peles

Atualizado: 14 de nov. de 2018

Como grandes marcas vêm mudando suas percepções sobre o uso das peles

em suas coleções

Foto: Pexels

Por Laís Fernandes e Bárbara Gaspar


Em 2018, Donatella Versace, vice-presidente e diretora-criativa da maison Versace, declarou que a marca não usaria mais peles de animais em seus modelos. "Não quero matar animais para fazer moda. Não parece certo", afirmou em entrevista à revista britânica The Economist’s 1843. A pele tem sido usada pela marca desde sua fundação, em 1978 pelo estilista Gianni Versace. A declaração da design acontece meses depois de outro ícone de luxo italiano, a Gucci, parar de usar pele em seus produtos, decisão anunciada por Marco Bizzari, CEO da grife, em outubro do ano passado. A Armani é outra marca de luxo que já aboliu o uso das peles.


"A própria Donatella falar que não vai mais trabalhar com pele é um impacto grande e importante, porque leva as pessoas a pensarem 'por que ela não vai mais trabalhar com esse material?'", afirmou Bruna Daros, co-fundadora e marketing da Eth. Co., em entrevista ao Por Trás da Moda. Com grandes maisons se tornando mais conscientes, a tendência é que outras marcas, do mesmo ou de menor escalão, também sigam esse caminho – até que a ideia atinja os formadores de opinião e depois chegue nas bases, que são as massas consumidoras amplamente impactadas pelas classes mais altas da cadeia de moda.


Ainda hoje, milhões de animais são sacrificados para obtenção de peles e a principal luta de ONGs – como o PETA (Pessoas pelo Tratamento Ético dos Animais, na tradução) – é contra a maneira como as peles são obtidas, trazendo dor e sofrimento aos animais: desde os maus tratos na sua caça/criação, até a retirada, que é feita, em grande parte, enquanto os animais ainda estão vivos.


Se por um lado o uso de pele de animais é cruel e desnecessário, por outro, a produção de tecidos sintéticos, como o poliéster, são provenientes do petróleo e agridem o meio ambiente no seu desenvolvimento. Nessa onda, a produção de tecidos vindos das plantas deve ser cada vez mais estimulada, assim como o uso da lã – que, é necessário lembrar, pode ser retirada de modo não agressivo aos animais.

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