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Olhar sustentável para a moda através dos anos

Atualizado: 14 de nov. de 2018

O compromisso com o meio ambiente permeia toda a cadeia de moda e não é apenas responsabilidade da indústria fashion

Foto: Pexels

Por Bárbara Gaspar e Laís Fernandes


Quando falamos em moda, a maioria das pessoas automaticamente associa a palavra ao termo "consumo". E não é para menos: no mundo fashion, a primeira marca de moda, criada por Charles Frederick Worth, em meados de 1857, tinha como slogan "altas novidades" e já sugeria a troca e o desejo pelo novo a todo momento – conceito que hoje entendemos como fast fashion.


Impulsionado pelas revoluções industriais, a facilidade de produção e a alta demanda, principalmente pelas altas sociedades, o mundo vem experimentando um aumento exponencial na relação com o consumo. Presente nos assuntos mundiais desde a década de 1950 (após Terceira Revolução Industrial e Segunda Guerra Mundial), com a introdução da Lei do Ar Puro, em 1956 na Inglaterra, que contribuiu para o estabelecimento de limites para a emissão de poluentes e sobre a qualidade do ar, a sustentabilidade vem ganhando destaque no cenário global.


Nos anos 60, o estilo e pensamento hippie atingiu o mundo da moda, protagonizado por jovens que, entre outras coisas, pregavam a desaceleração do consumo, alertando que as consequências para o meio ambiente seriam desastrosas.


Segundo dados do documentário Home, produzido por Yann Arthus-Bertrand e lançado em 2009 pelo grupo internacional de moda Kering (das marcas Stella McCartney, Balenciaga e Alexander McQueen), nas últimas três décadas consumimos um terço dos recursos naturais disponíveis e cerca de 40% da área florestal do planeta sofreu algum tipo de degradação.


Ainda hoje, estimuladas pelas estratégias de marketing, as pessoas são induzidas a comprar e acumular cada vez mais. No entanto, aos poucos essa percepção vem mudando, alterando o modo como consumimos e nos relacionamos com a moda.


Foto: Pexels

Atualmente, o olhar sustentável para a moda pode ser interpretado de diferentes maneiras. É comum as pessoas acreditarem que a sustentabilidade nesse ramo é característica apenas da produção, por exemplo, pela criação de tecidos feitos com fibras mais sustentáveis, que demandam menor uso de água para o cultivo. Na produção das peças de roupa ou acessórios, o termo pode se referir às técnicas que geram menor descarte de matéria-prima, ao processo mais manual e lento de criação e venda de moda, e até às tecnologias que permitem a tintura dos materiais sem poluir o meio ambiente.


Contudo, vale reforçar que a sustentabilidade inclui medidas que vão além da fabricação dos produtos, como a preocupação com a mão de obra, logística, venda e consumo dessas peças. Assim, o compromisso com o meio ambiente e com os indivíduos permeia toda a cadeia de moda e não é apenas responsabilidade dos produtores e da indústria – embora eles tenham uma grande responsabilidade nessa questão. Além de analisar como e com quais técnicas e materiais as roupas são feitas, o olhar sustentável também é direcionado às condições de trabalho de quem atua na área e às formas de consumo.

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