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A era do fake: como números nas redes sociais podem dizer nada

  • Foto do escritor: Por Trás da Moda
    Por Trás da Moda
  • 28 de out. de 2018
  • 2 min de leitura

Atualizado: 14 de nov. de 2018

Se antes o desafio era ter números relevantes nas mídias, hoje temos que descobrir o que é ou não verídico

Foto: Pexels

Por Laís Fernandes


Está cada vez mais fácil se tornar popular nas redes e a agência de marketing Mediakix comprovou isso com um experimento realizado em 2017. A empresa criou dois perfis falsos que se tornaram sucesso no Instagram. O primeiro era sobre o cotidiano de uma jovem mas, na verdade, foram usadas fotos de uma modelo que fez um trabalho para a agência. Assim, todas as fotos do perfil foram feitas em um só dia e não ao longo de uma rotina, como é característica desta rede. O outro perfil retratava a vida de uma fotógrafa e seus cliques pelo mundo. Para alimentar essa conta, a agência usou somente fotos gratuitas de lugares aleatórios em todo o mundo e de diferentes garotas loiras que, de costas, parecem ser a mesma pessoa.


A ferramenta utilizada pela Mediakix cobrava cerca de 8 dólares pela compra de mil seguidores, quantidade inicial escolhida pela agência. Em pouco tempo, passou a comprar 15.000 seguidores de uma só vez, sem encontrar nenhum problema. A compra de seguidores falsos acabou impulsionando a chegada orgânica de outros usuários, já que perfis com uma quantidade alta de seguidores são vistos como digital influencers e entende-se que eles possam influenciar o comportamento de uma parcela considerável de internautas.


Curtidas e comentários, que contribuem para que o alcance do conteúdo seja cada vez maior, também foram comprados. A Mediakix pagou cerca de 12 centavos de dólar por comentário e entre 4 e 9 dólares por mil curtidas em suas fotos. Para cada imagem, a agência comprou de 500 a 2,5 mil curtidas e de 10 a 50 comentários. Todo o experimento acabou custando cerca de US$ 1 mil à empresa e, depois que os perfis chegaram a 10 mil seguidores – número limite para se inscrever nas plataformas de compra –, a agência começou a buscar o patrocínio de marcas. Sem muita dificuldade, conseguiram quatro ofertas, duas para cada perfil.


Para Emmanuele Carvalho, especialista em pesquisa de tendências e influenciadores digitais, é muito difícil achar uma pessoa influente nas redes que não seja minimamente fake. "O mercado errou porque exigiu isso quando as marcas começaram a perguntar sobre número de seguidores. Se tornou um padrão ‘obrigatório’ ter mais de 10 mil seguidores", relatou ao Por Trás da Moda.

 
 
 

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